data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
A época de estudar para ingressar no Ensino Superior já é, por si só, motivo de ansiedade para os alunos. Mas, agora, com o contexto da pandemia do coronavírus, as incertezas têm tornado este período ainda mais estressante. Em alguns cursinhos preparatórios de Santa Maria, as aulas funcionaram apenas de forma remota entre março e julho. Com a liberação pela prefeitura - após aprovação dos planos pelo Centro de Operação de Emergência em Saúde para a Educação (COE-E) -, alguns locais retomaram as atividades presenciais ainda em julho. No entanto, a realidade do retorno foi diferente daquela deixada no início do ano.
Parte dos alunos matriculados em dois cursinhos da cidade, o Totem e o Doctor, seguem assistindo às aulas de forma online. Segundo Mariane Lazzari Flores, coordenadora pedagógica do Totem, cerca de 40% dos estudantes quiseram voltar a ter atividades presenciais. Por isso, o número de turmas pôde seguir igual. Nas salas de aula, as mesas têm marcações para que os jovens fiquem distanciados de forma correta. Há também uma fita demarcando o chão para que os professores permaneçam a uma certa distância dos alunos. A máscara virou um acessório obrigatório, e o álcool em gel é encontrado em diversos espaços.
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- Logo que o protocolo foi publicado e até antes dele, a gente já estava estudando a situação de outros países. Assim que o protocolo foi publicado, a gente, prontamente, atendeu todas as linhas de segurança. Dividimos a nossa equipe, falamos com os professores, e, no dia primeiro de julho, a gente voltou. Porém, a gente não voltou ao normal. As turmas não voltaram de forma integral, o número de alunos não era mais o mesmo, e isso se deu naturalmente porque muitos decidiram ficar em casa - explica Mariane.
No Doctor, a realidade é parecida. Como o cursinho fica em um shopping, os alunos são avisados para subir de escada, e não de elevador. Na chegada, eles retiram os sapatos que usaram na rua e colocam um limpo, que será usado durante a aula. Os sofás da entrada foram substituídos por cadeiras de plásticos, mais fáceis de limpar. A proporção de estudantes participando de forma remota e presencial também é semelhante. Para os que escolheram acompanhar as atividades online, uma câmera transmite a aula em tempo real em uma chamada pelo Zoom, que possibilita a interação com o professor.
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- A gente transmite a aula ao vivo para eles. Inclusive, nossos plantões estão sendo feitos online, e o aluno tem acesso à aula gravada. Eles estão mais apreensivos com esse período em que ficaram recebendo aula em casa, mas devem ficar mais nervosos com a aproximação da prova. O professor é meio psicólogo também, mas nós oferecemos atendimento psicológico aqui - conta Itamar Camargo Barcellos, coordenador do Doctor.
ANSIEDADE
NA PREPARAÇÃO
Para os alunos Pietro Coradini Foletto e Georgia Fogaça, ambos com 20 anos e buscando aprovação em Medicina, o maior período de nervosismo foi quando havia uma indefinição quanto às datas de realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por terem tido um pouco de dificuldade com as aulas online, afirmam estar felizes de poder voltar de forma presencial ao cursinho. Além disso, contam que se sentem seguros no ambiente.
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Conforme Itamar, a qualidade da preparação para as provas deste ano está um pouco inferior se comparada às anteriores, justamente por causa do cenário atual de pandemia. No entanto, ele e Mariana concordam que a própria situação servirá como um seletor natural dos candidatos: como muitos ficarão sem a preparação necessária, para os que seguem estudando, o processo terá menos concorrentes qualificados.